A Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada pela primeira vez na Amazônia, reforça, como nunca antes, a conexão entre clima e floresta — e, mais ainda, com a “nossa” floresta. Por um lado, vale lembrar: nossa energia e agricultura dependem de um clima minimamente estável e, portanto, da floresta. Por outro, já sentimos os efeitos das mudanças climáticas nas cidades, no campo e no cotidiano de milhões de brasileiros.

Dependemos das florestas para mitigar os riscos desse desequilíbrio! Elas têm valor incalculável — isso é reconhecido —, mas, lamentavelmente, não têm tido “preço”, que é como o mercado, ente econômico da sociedade, responde ao conceito de valor. Caso da floresta amazônica, assim como de outras florestas tropicais que prestam serviços essenciais às sociedades humanas do planeta.

Com a Lei nº 15.042/24, que estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) de Gases de Efeito Estufa (GEE) — a chamada “lei do mercado de carbono” —, surge efetivamente a oportunidade de atribuirmos valor econômico às florestas, precificando seus serviços ecossistêmicos, via créditos de carbono. 

Uma oportunidade que ganha ainda mais relevância com a possível unificação dos mercados (e fungibilização de créditos) entre países da União Europeia, China, Brasil, Coreia do Sul e, inclusive,  estados como a Califórnia (EUA).

É necessário, portanto, aproveitar o momento para uma leitura crítica da situação, a fim de que não apenas o carbono florestal tenha preço, mas também a biodiversidade, transformada em “produto” de Soluções Baseadas na Natureza (SbN). 

Como traduzimos tudo isso em pautas relevantes, acessíveis e mobilizadoras rumo à COP30, em Belém? Qual o papel — e quais os desafios — da ciência, imprensa e influenciadores de políticas públicas na construção de uma nova realidade para a floresta e suas populações locais? É esse contexto, ainda que resumido, que motiva a realização deste webinar.